O balanço financeiro de 2019 mostra que o Palmeiras tem ainda R$ 152,48 milhões para pagar, dentro e fora do país, por contratações realizadas nos últimos anos. São R$ 91,41 milhões devidos a entidades nacionais e R$ 61,06 milhões a clubes estrangeiros.
De acordo com o Verdão, todos os lançamentos estão contemplados na previsão orçamentária de 2020 e são de compras a prazo. O clube teve arrecadação de R$ 641,9 milhões e fechou a temporada passada com superávit de R$ 1,7 milhão – não há déficit nas contas alviverdes desde 2014.
As dívidas com times do exterior aparecem discriminadas no balanço (a maior delas é por Vitor Hugo, com a italiana Fiorentina). As nacionais, não. Alguns atletas pelos quais o Palmeiras tem de pagar já não estão mais no elenco.
Carlos Eduardo, por exemplo, contratado do Pyramids, do Egito, foi negociado com o Athletico-PR, e Ivan Angulo, adquirido do Envigado, da Colômbia, foi emprestado ao Cruzeiro. Além de Deyverson, hoje no Getafe, e Miguel Borja, atacante do colombiano Junior Barranquilla.
A questão de Borja, inclusive, está na Fifa. O Palmeiras deve ao Atlético Nacional, e o clube colombiano entende que a decisão da entidade obriga o time brasileiro a pagar por 30% dos direitos do jogador por ele não ter sido negociado até agosto de 2019. A diretoria do Verdão contesta por ter um entendimento diferente da ação.
Veja para quais clubes estrangeiros o Palmeiras deve:
No balanço, o clube mostra que, em 2019, pagou R$ 16,81 milhões ao Pyramids pela contratação de Carlos Eduardo e R$ 4,15 milhões ao Palermo por uma parte da contratação de Bruno Henrique.
Bruno Henrique e Deyverson, por exemplo, foram alguns dos jogadores contratados com recursos da Crefisa, principal patrocinadora do clube. Desde 2018, os palmeirenses reconheceram como dívida os valores investidos pela empresa em reforços.
O clube tem de pagar na venda destes atletas ou até dois anos após a saída deles. A dívida atual com a instituição financeira é de R$ 172,11 milhões.
Nesta temporada, o Verdão adotou postura de diminuir o investimento em contratações, reduzir despesas e apostar mais na base. Até o momento, o clube acertou com o atacante Rony (em quatro parcelas anuais de R$ 7 milhões) e o lateral-esquerdo Matías Viña (por R$ 16,5 milhões, em três vezes).
Por causa da queda da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, os palmeirenses pediram ao Nacional do Uruguai para pagar um terço da parcela da contratação de Viña do mês de março, que deveria ser paga em abril, somente no segundo semestre.
Houve também negociação de redução salarial entre os atletas, e a diretoria optou por suspender parte dos contratos de trabalhos de pessoas da Academia de Futebol e da sede social, com a promessa de não demitir neste período. Funcionários agradeceram ao clube em carta.
O outro lado
O mesmo demonstrativo informa que o Palmeiras ainda tem R$ 17,1 milhões a receber de outras equipes de fora do Brasil. O Dínamo de Kiev solicitou ao Verdão que o pagamento pela venda de Tchê Tchê, previsto para o primeiro semestre de 2020, fosse adiado.
Os ucranianos fecharam a contratação do meio-campista em cerca de R$ 20 milhões em maio de 2018. Hoje o jogador defende o São Paulo.
Além de transferências, há previsão de R$ 906 mil do Basel, da Suíça, como direito de preferência no lateral-direito Gustavo Garcia, campeão mundial sub-17 com a seleção brasileira no ano passado, e de R$ 182 mil da Lazio, da Itália, por mecanismo de solidariedade relacionado ao zagueiro Maurício Nascimento.
Negociações com valores a receber:
Anunciado pelo Barcelona, da Espanha, em janeiro, Matheus Fernandes teria a negociação concretizada em julho, quando encerraria seu empréstimo ao também espanhol Valladolid.
Por causa da pandemia e suspensão do calendário das principais ligas da Europa, os empréstimos podem ser prorrogados até os términos das competições. O Verdão contabiliza em seu orçamento a previsão de pagamento de R$ 29,8 milhões do clube espanhol pela negociação com o meio-campista.
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